Por que tantas pessoas permanecem as mesmas depois de o Senhor lidar com elas por anos? Alguns têm vontade forte, outros, emoções fortes e ainda outros mente privilegiada; entretanto, apesar disso, o Senhor ainda consegue quebrá-los. Há duas razões principais pelas quais muitas pessoas não são quebrantadas mesmo depois de passados muitos anos.
Primeiro – Elas vivem nas trevas e não veem a mão de Deus. O
Senhor opera e quebranta, entretanto elas não sabem que o Senhor está fazendo a
obra. Falta-lhes luz e elas não vivem na luz. Só veem os homens, pensando que
os homens se opõem a elas. Ou então, só veem o ambiente, e reclamam que ele é
austero demais. Põem toda a culpa no ambiente. Que o Senhor nos dê revelação
para que vejamos a mão de Deus. Ajoelhemo-nos e oremos: “Isso que está
acontecendo és Tu. Isso és Tu. Eu o aceito”. Pelo menos precisamos conhecer
aquela mão e ver que não é o mundo, nem a família ou irmãos da igreja que lidam
conosco. Precisamos aprender com Madame Guyon, que beijava essa mão e lhe
dava valor. Necessitamos dessa luz. Precisamos aceitar e crer em tudo o que o
Senhor fez. Ele nunca erra no que faz.
Segundo – A pessoa não é quebrantada porque ama demais a si
mesma. O amor próprio é um grande obstáculo ao quebrantamento. Precisamos pedir
a Deus que remova todo o nosso amor próprio. Quando Ele o tira de nós,
precisamos adorá-Lo dizendo: “Senhor! Se essa é a Tua mão, eu a aceito de
coração”. Precisamos lembrar que todos os desentendimentos, queixas e
insatisfações provêm de uma única fonte: amor próprio secreto. Visto que nos
amamos secretamente, procuramos preservar-nos. Esse é um grande problema.
Muitas vezes os problemas surgem porque tentamos preservar-nos.
Os que conhecem o Senhor vão à cruz sem beber o vinagre
misturado com fel! Muitos vão à cruz relutando. Procuram beber o vinagre
misturado com fel na tentativa de aliviar os sentidos. Os que dizem: “Não
beberia eu o cálice que meu Pai me deu?”, não bebem o cálice de vinagre
misturado com fel. Só bebem de um dos cálices, e não dos dois. Eles não tem em
si nenhum amor próprio. O amor próprio é a raiz do nosso problema. Que o Senhor
fale hoje em nós e oremos: “Deus meu! Vejo agora que tudo vem de Ti. As
experiências dos últimos cinco anos, dez ou vinte anos vieram todas de Ti. Tudo
isso foi feito com um único objetivo: que a Tua vida se expresse através de
mim. Tenho sido tolo por não ver isso. Pelo amor próprio fiz muitas coisas para
me livrar e desperdicei muito do Teu tempo. Hoje vejo a Tua mão e
voluntariamente me consagro a Ti. Entrego-me às Tuas mãos uma vez mais”.
(Trecho extraído do livro de Watchman Nee "O Quebrantamento do Homem Exterior e a Liberação do Espírito" - Editora dos Clássicos)